...um velho, careca e sabe-se lá mais o quê..., por detrás daquela máscara que ele se veste diariamente, encontra-se um ser que nunca soube viver sem ser com o coração.
Ele escuta música, vê vídeos de filmes românticos, tipo My Best Friends Wedding, última cena entre Julia Roberts e Rupert Everet, ele não sabe viver (talvez nunca
tenha sabido mesmo), cuida de uma mãe doente, deixa que a sua irmã, seu cunhado e outros que tal o culpem de tudo, inclusive de ter inventado que a mãe sofre de uma doença grave e degenerativa,
mesmo tendo todos os relatórios médicos de sua mãe comprovando que a senhora tem essa maldita doença.
Ele deixa-se pisar pelos outros, tem medo de perder o emprego, pois na atualidade todo o cuidado é pouco (embora em tempos idos e já quase esquecidos, ele soube aventurar-se e talvez
viver, ou não????), perdeu aquela força que em tempos teve, ele não vive mais, ele sobrevive para..., para quê?, nem ele sabe.
Sabe que se encontra com uma profunda depressão, quer física, quer psicológica, sente que o seu fim está próximo, e vive esperando “um milagre” de um dia voltar à
vida, encontrar um amor verdadeiro, de ser feliz, mas no fundo sabe que seu tempo se está a acabar e que nada disso se vai tornar realidade, mas finge para si mesmo que sim, afinal, ele nada mais tem do que se agarrar
a sonhos impossíveis de se realizarem.
Ele já não sabe quem é sequer e porque está ainda vivo, mas...pensando melhor, será que ele alguma vez ele soube alguma coisa?
Ele parou no tempo... ou será que ele alguma vez viveu... e em que tempo?
Resumindo: ele não passa de uma farsa de si mesmo.
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos
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