quinta-feira, 5 de abril de 2012

Páscoa, tempo de renascer…

Uma vez mais chegámos á Páscoa, aquela altura em que todos falamos de mudança, de renascer, de libertação, fraternidade, de esperança, de recomeço quais Fénixes renascidas das cinzas.
No entanto vivemos alturas de grandes conturbações, de grandes mudanças, mudanças quase radicais, de miséria, não só em forma de falta de dinheiro e desemprego, mas principalmente de falta de humanidade uns para com os outros, de grande libertinagem, de rezas e romarias que de nada servem senão para fachadas de hipocrisia e cinismo, de idas a missas “batendo no peito” e saindo das mesmas ou até mesmo durante as mesmas falar de beltrano e sicrano, entre burburinhos fazendo rezas das mesmices e coscuvilhices sobre a vida alheia
Mas calma, não se abespinhe já, você que me está lendo, não se sinta ferido, nem se sinta mal por algo tão simples quanto verdadeiro, como tudo que estou falando. E sim, não sou dono da verdade, longe disso, sou apenas um mero ser humano, com tantos defeitos que nem saberia por onde começar se os tivesse de enumerar todos aqui, mas também algumas virtudes, e isto há que saber reconhecer, mesmo que poucas, sei que as tenho, mas afinal sou humano (uma desculpa meio que esfarrapada, mas uma desculpa), no entanto também sou um bom observador como tantos o serão, e diria mais, um realista, pois como tantos outros seres lido diariamente com situações de grande penúria e miséria. Não, não sou perfeito, já mais do que uma vez o disse aqui neste meu perfil, no entanto não consigo calar, não sou de calar, não em momentos que sinto que devo falar, afinal é falando que a gente se entende, muito embora cada vez menos, senão vejamos, quantas e quantas vezes falamos sobre verdades como estas que acabo de falar e logo em seguida, ou na mesma hora estamos fazendo algo que vai contra tudo aquilo que acabámos de falar?
Nossa…, já perderam a conta?, não foi?, eu também, pois é. Todos nós já passamos por todos estes momentos de falar e não fazer o que falámos, dizendo mesmo, faz o que eu digo e não o que faço, já dizia Frei Tomás, no entanto todos assim continuamos vivendo e fazendo o mesmo, até ao dia em que nos acontece a nós, que bate à porta esse “algo” que fizemos aos outros (afinal, não nos esqueçamos, tudo tem retorno, é a lei, a lei do retorno, o que semeias hoje, colherás amanhã), e não falo biblicamente, falo como conhecedor do mesmo. Quantas e quantas vezes essa mesma lei do retorno me fez estragos na vida?, nem sei, perdi a conta, e a você, quantas vezes?, também perdeu a conta?, não foi?, no entanto vivemos fazendo o mesmo como que numa roda viva sem emenda, e depois damos desculpas esfarrapadas e coitadinhos de nós que nada fizemos, pois….., já nem lembramos o que fizemos, mas a verdade é que fizemos senão não estaríamos pagando a “factura” e por vezes uma “factura bem alta”, e aí pagamos, mas lá está, será que nos emendamos?, não, voltamos senão a fazer o mesmo, será algo parecido e aí lá vem a “factura”, e reclamamos. Enfim e assim sucessivamente vamos vivendo ou sobrevivendo nesta vida que nos foi dada de graça e que tanto cobramos, até a quem nos deu essa vida.
Pedimos amor, pedimos saúde, pedimos fraternidade, amizade, felicidade, até dinheiro, pedimos e voltamos a pedir, e quanto damos?, sim, quanto damos aos outros?, isto já para não falar de no mínimo lembramo-nos Daquele que nunca nos abandona, que tantas e tantas vezes nos carrega ao colo durante nossas provações.
Agora chegada a Páscoa, voltamos à carga, após a outra altura de grande hipocrisia, de grande cinismo, o Natal em que também nos enchemos de ar e pompa para “rezar”, ir a missas e tantas outras coisas a que nos negamos fazer no resto do ano.
Deixemo-nos de tretas, deixemo-nos de conversas fiadas, deixemo-nos de piadas, sim, piadas, porque senão são piadas (de mau gosto), então o que são?, eu dizer-vos-ia, mas não quero ser mal educado, não aqui, acho que não o devo, não porque você pode pensar mal de mim, pois isso a mim pouco ou nada me importa, eu sei o que sou, mas porque há uma altura e um lugar para tudo.
Não me quero alongar muito mais, mas não posso deixar de falar uma coisinha mais, algo que vive como que “entalado” nas minhas goelas e cada vez mais me faz entupir a respiração.
Ora vejamos, o ser humano, o quanto ele despreza o seu próprio mundo, não falo dos seus semelhantes, mas do Mundo = Planeta Terra. Este, foi-nos emprestado para vivermos, e quando cá chegamos (nós seres humanos), ele estava impecável, simples, lindo, com todo o seu esplendor, o ar era puro, o verde cobria uma grande parcela do mesmo, outro tanto era coberto por água límpida, planícies lindas de perder a vista com belos e saudáveis animais (supostamente irracionais), e tanto mais ele Planeta Terra nos ofereceu para podermos viver as nossas vidinhas saudavelmente, ofereceu-nos comida, emprestou-nos terra para plantarmos, água para beber e regar os plantios, ofereceu-nos mares de perder “respiração” de tão belos que são, ou eram, e tantas, mas tantas outras coisas ele Planeta Terra nos ofereceu, sem pedir nada em troca, sem nos cobrar absolutamente nada. E nós? Sim, e nós o que fizemos até hoje?
A única coisa que ele, Mundo nos “pediu”, foi que ao deixarmos nossas formas físicas o deixássemos tal e qual ele nos contemplou, para que outras e outras gerações que cá chegassem o encontrassem da mesma forma para poderem também eles usufruírem das mesmas coisas que nós durante as suas vidas. Mas não, nós, os supostamente animais racionais fizemos o quê?, crescemos sim, evoluímos sim, mas a que preço?
Cobrámos, roubámos, poluímos, mal tratamos de várias formas o Planeta e suas belas criaturas ás quais temos o desplante de chamarmos de animais irracionais., serão mesmo eles animais irracionais, ou nós?, que nos julgamos donos de um Mundo, que até já queremos mais ao procuramos outro planeta igual a este como quando o encontrámos, tudo porque dizemos que ele nos mal trata agora, como que numa revolta a Mãe Natureza nos tira algumas vidas para que ela se equilibre diante de tantos e tantos maus tratos.
Pois é, este é o custo que o ser humano tem de pagar pelas suas atitudes de animal irracional.
Agora comparemos um pouco o que nós humanos fazemos ao planeta, ao que fazemos aos nossos semelhantes, não é o mesmo?, claro que sim, sem sombra de duvida, pena é que tenhamos memórias curtas, ou não, e gostemos de nos armar em cínicos e hipócritas e nestas alturas do ano, brincamos um pouco com ao sermos todos tão bonzinhos.
Claro, claro que há excepções, há sempre excepções à regra, graças a Deus, alguns têm ainda consciência de que praticando o bem, nem que seja um pouco o ano inteiro, é sempre o melhor.
Por isso, vamos todos tentar, não somente agora, mas o ano inteiro, dar uma chance de nos melhorarmos, de dizer sim à vida e ao amor, sejamos mais felizes hoje que ontem porque nos conhecemos um pouco melhor.
Difícil?, sim, acredito que será, pois temos o mal muito enraizado, mas tentemos, melhorar um pouco, tenhamos a coragem de renascer.
Uma feliz Páscoa, uma feliz vida.
Um beijo e um xi – coração a todos vós que por aqui passam, que deixam um pouco de vós e levam um pouco de mim.


Álvaro Gonçalves

3 comentários:

Marlene Maravilha disse...

Querido!
Que lindo texto, cheio de verdades que edificam nossas vidas. Que realmente este seja mais um ano que tentamos recomecar. Vamos tentar ser mais felizes sim, e principalmente jogando fora os medos da vida e nao desfalecendo se nao conseguirmos. A sabedoria é nao desistir de tentar!
Que este momento seja de agradecimento, amor e muita paz!
FELIZ PÁSCOA MEU GRANDE AMIGO!!!!!
Para ti e para os que te sao caros!
beijo enorme e xi-coracoes pra ti!!

Eärwen disse...

Páscoa...renovação, tempo de pensar realmente em nos melhorar para ai sim podermos melhorar o todo.
Beijos meu amigo e é bom estar por aqui novamente.

Eärwen

Juℓi Ribeiro disse...

Alvaro:

Pessoas lindas e maravilhosas como você é que fazem do mundo um lugar mais bonito... Beijo.

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