segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

To cansado das mesmas coisas...

“... das mesmas pessoas, cansado mesmo. Queria algo que me motivasse, algo que pudesse me fascinar de verdade, não precisava nem ser eterna, mais poderia durar por um bom tempo. Queria algo que chegasse como uma onda, e pudesse me abraçar de felicidade, como nunca senti antes.” 

Felipe Almeida P.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama
 E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal é quando um homem quiser

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento 
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento 
És meu irmão amigo 
És meu irmão 

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme 
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume 
E sofres o Natal da solidão sem um queixume 
És meu irmão amigo 
És meu irmão 

Natal é em Dezembro 
Mas em Maio pode ser 
Natal é em Setembro 
É quando um homem quiser 
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer 
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher 

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar 
Tu que inventas bonecas e comboios de luar 
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar 
És meu irmão amigo 
És meu irmão 

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei 
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei 
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei 
És meu irmão amigo 
És meu irmão 

Natal é em Dezembro 
Mas em Maio pode ser 
Natal é em Setembro 
É quando um homem quiser 
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer 
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher.   


Ary dos Santos

sábado, 14 de dezembro de 2013

Sou feito de pedaços...

"...E dentro de mim existe um grande pedaço de personalidade. Existem pedaços de inconstância, de ausência, de música, de paixão. Aqui existem pedaços de saudade, de felicidade, de carência, pedaços de sonhos. Existem pedaços encaixados, e também perdidos. Existe o quente, e o frio. Existem pedaços de sinceridade, de verdade, de realidade, e a tristeza também têm seu lugar. Existe a simplicidade, e a complicação. Existe o silêncio, o perdão, o desejo, e existe o desapego. Existe a loucura, a impulsividade, o perfume, a dúvida. Mas, o amor é o maior dos pedaços. E isso me faz inteiro." 

Autor Desconhecido

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

sábado, 30 de novembro de 2013

O que eu fui ontem...

“...e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.”

Martha Medeiros 

Foi assim que sempre viveu, amava a vida acima de tudo. 
Beijo Pai, até já!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Aquilo que é bom...

"...e de verdade, e forte, e importante – coisa ou pessoa – na sua vida, isso não se perde."

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eu sou lúcido na minha loucura...

"...permanente na minha inconstância, inquieto na minha comodidade... Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz... Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.”

Martha Medeiros

domingo, 24 de novembro de 2013

Descobri coisas deliciosas a meu respeito...

"...como por exemplo, uma pessoa superficial e de mentira jamais aguentaria ficar perto de mim…"

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Em alguns dias dói...

“...A tristeza puxa os cabelos, arranha a cara, machuca dentro. E a gente não tem mais nada pra fazer a não ser dizer que tá tudo bem. Porque vai passar, passa. Só que antes de passar maltrata. E, entenda, a pior dor é aquela que ninguém vê. Só ela, a tristeza.”

Clarissa Corrêa

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A gente precisa mesmo...

"...é de alguém que nos respeite, nos entenda... Porque aceitar o outro como ele é, é sem dúvida a mais bela forma de amor"

Autor Desconhecido

sábado, 16 de novembro de 2013

...Te desejo um sorriso...

"...todos os dias,um sorriso que venha quando você acordar e ainda esteja em seu rosto quando for dormir..." 

Autor Desconhecido

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

domingo, 10 de novembro de 2013

sábado, 9 de novembro de 2013

Sabe o que eu quero de verdade?...

“...Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesmo...”

Clarice Lispector

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

E eu...

"...com essa mania
 de ser grande
 de ser forte
 de ser poeta... 
Essa maneira grande
 de manias e manhãs
 de fazer da poesia
 minha força
 e dessa força
 meus amanhãs..."

Lucas Veiga

domingo, 3 de novembro de 2013

Eu me...

“...recuso a amputar meus sentimentos. Eu nasci para sentir com todos os meus membros.” 

Marta de Queiroz

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Já não corro mais atrás de ninguém...

“...porque simplesmente entendi que não vale a pena. Seja uma amizade ou um amor, se a pessoa é digna de você ela nunca estará nem a frente e nem atrás, ela estará sempre do seu lado. Se você tem que correr atrás, então é porque a pessoa está fugindo de você. Sinceramente? Não vale a pena querer quem não nos quer! O mundo gira, tudo muda o tempo todo e tudo se renova, inclusive as pessoas de nossa vida. Apenas espere pelo melhor e saiba reconhecê-lo quando ele estiver do seu lado…” 

Pedro Bial

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quero uma primeira vez outra vez...

“...Um primeiro beijo, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estreia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meu dias.” 

 Martha Medeiros

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O que nos leva a escolher uma vida morna?...

"...A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados."

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Desabafos de Um Louco

Quem nunca teve vontade de pregar dois berros, ou de simplesmente gritar para desabafar, para deitar fora o que o seu ser interior acumulou devido ao stress, ou porque simplesmente você atingiu a exaustão de ter de escutar sempre a mesma conversa vezes sem conta, mesmo que você de tudo já tenha feito de tudo para não escutar essa mesma conversa?, quem é que já não lhe deu vontade de atirar com a primeira coisa que lhe aparece na frente aos “cornos” de alguém (que me desculpem os pudicos com o meu palavreado, mas sou mesmo assim, não mudo), quem é que já não teve vontade de pegar em si e desaparecer por uns momentos, ou até mesmo uns dias?, quem é que já não mentiu para “salvar” uma situação qualquer, ou para não piorar mais a situação, seja ela sua ou de alguém?, quem é que já não omitiu a verdade para não ferir alguém, ou até a si mesmo?, quem é que já teve a coragem de virar tudo do avesso e dizer “poucas e boas a torto e a direito”?, quem é que já teve a coragem de dizer a verdade mesmo sabendo que vai ferir alguém, no entanto você prefere a verdade à mentira, pois mais tarde ou mais cedo essa pessoa vai perceber, ou saber dessa mesma verdade de uma forma pior?, quem é já não sentiu que atingiu o seu limite?, quem é já teve ou tem de suportar certas situações, tudo porque existe alguém em sua vida que depende de si para tudo, ou quase tudo, mas vem alguém que nunca ligou a mínima a essa pessoa e consegue virar, ou até distorcer a verdade para atingir algum fim, a exemplo o de bom filho(a)?
Nossa…, eu já, e muitas vezes penso que atingi o limite, mas aí vem aqueles sentimentos chamados amor e fé que superam tudo, e fazem eu consiga “aumentar” esse “limite”, no entanto se você está só, seus amigos poucos, mas bons, estão longe, ao ponto de não conseguirem ajudar mais do que lhe dizer algumas palavras que ajudam sim, mas não são o suficiente, não por culpa deles nem de ninguém, mas da distancia imposta por quilómetros, e você se sente isolado, só, sem ninguém com quem falar, com quem desabafar, com quem chorar no ombro amigo, o que você faz?, entra em “parafuso”, cai em depressão, em exaustão, mas você sabe que não se pode dar ao “luxo” de entrar em depressões, mesmo sabendo que você já está com uma. Nesse caso você usa a sua fé, os seus últimos recursos, que muitas vezes caiem pelo chão, o fazem sentir alegre para os outros, mas pior consigo mesmo, pois você não está se curando, você está adiando a sua própria vida, você está se jogando para a frente, mas no escuro, você tenta viver a vida, um dia de cada vez, tal como tem de ser vivida, mas isso não chega.
O que você faz?
O que eu faço?
Tantas perguntas, tantas respostas, e nenhuma satisfaz você, pois você caiu, quer se levantar, e por vezes você até consegue, mas já não em seu nome, mas em nome daquela pessoa que depende de si para seguir vivendo o melhor que pode, e aí a roda continua, você se levanta, leva na “fuça”, atira com verdades para todo o lado, joga fora palavras que podiam ser evitadas, ou ditas de outra forma, mas você diz, faz acontecer, você chega até a sentir vontade de dar um “soco” mesmo que verbal, ou em pensamento em quem você sabe que o está ferindo, o está desprezando, o está destruindo, mas sem querer você também atinge aquela pessoa que você tanto precisa proteger e aí tudo cai pelo “cano abaixo”, aí você pede desculpa, ou não, sua “raiva” é tanta que você chega a cegar por momentos. Mas passado algum tempinho você cai em si, viu que acabou de ferir quem não devia também, e você se sente pior do que já estava, chora, mas ás escondidas, pois se aquela pessoa que você tenta proteger porque precisa de você para quase tudo, pode ficar ainda pior, então muitas vezes você engole seu choro, seu desabafo e chega onde eu cheguei, sua saúde quebra de tal forma que mesmo o aviso do seu médico não dá para escutar, porque não você não tem tempo para você, então você de manhã acorda sem vontade de se levantar da cama, mas levanta porque é preciso, você coloca aquele sorriso em seu rosto (a famosa máscara social, que você tanto detesta, mas tem de ser), trata dessa pessoa que precisa de si, sai para trabalhar e mantêm aquele sorriso, afinal os outros não têm culpa que você tenha problemas, e no seu trabalho você escuta as maiores barbaridades, aquelas intrigas entre colegas ou chefes, mas você mantêm-se firme e sorri, e fica em silêncio para não sair perdendo mais do que você pode perder mesmo em silêncio, até porque você sabe que muitas vezes o seu maior aliado é o seu silêncio, depois sorri, sai do serviço e vai aqui ou ali tratar de algo, depois segue para casa, sempre sorrindo, pelo menos enquanto houver outros por perto, mas quando a noite cai e você fica só, em silêncio, consigo mesmo, você deixa essa máscara cair e sente-se pior do que nunca, mas a vida continua e amanhã tudo volta, quem sabe melhor?, será?, sempre aquela FÉ que o mantêm de pé.
E sim, tem tanta gente pior, mas qual o seu, ou o meu gozo em saber que existe alguém pior?, será que ajuda saber que existe alguém sempre pior que você, ou você é como eu que sabe bem disso e só o faz sentir que isso não o(a) ajuda em nada, porque de que adianta saber que existem pessoas pior, alegra-o(a), a mim não, muito pelo contrário, deprime-me mais, pois quero ajudar e não consigo chegar a tudo, e porque a desgraça alheia não me faz sentir menos mal.
E sim, a vida “são dois dias”, há que viver um dia de cada vez, e tudo mais, mas quando toca em você a “merda toda”, aí sim, você sente que tá doendo, né?

Então SORRIA…
Seja POSITIVO…
Etc e tal…

Enfim, todos temos problemas, “todos” temos de tudo um pouco, e a “todos “calha um pedacinho de “céu”.
O que quero também dizer é que é fácil falar de ser positivo, de sorrir, eu mesmo me confesso, já escrevi e falei e falo de que temos de ser positivos, de que temos de sorrir, de que temos de ser gratos por isto e por aquilo, mas na hora do “Ai Jesus”, todos sempre acabamos por cair um dia, afinal não somos perfeitos, somos seres imperfeitos buscando um pouco de perfeição a cada dia que passa, e por vezes dando passos para trás quando caímos e nos estatelamos e entramos em exaustão.
Enfim, falei, não tudo, pois teria muito mais para falar, mas por hoje já deu para desabafar um pouco, afinal quem me visita, deve saber que aqui é um local onde se pode ver o meu perfil, o perfil de um louco como tantos outros.
Até já…



Álvaro Gonçalves

sábado, 28 de setembro de 2013

Acontece que agora

“...eu não dou mais o meu melhor pra quem me dá pouco. Não corro atrás de quem não dá um passo por mim.”

Tati Bernardi

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Antes de julgar a minha vida ou o meu carácter

“... calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.”

Clarice Lispector

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O amor...

“...tem a capacidade de fazer os pedaços despedaçados voltarem a ser inteiros.” 

 Padre Fábio de Melo

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pinto a realidade com alguns sonhos...


"...,e transformo alguns sonhos em cenas reais. Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz." 

Martha Medeiros

domingo, 15 de setembro de 2013

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência! Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio! Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza! Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância! Solidão é muito mais do que isto... "

Fátima Irene Pinto

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O que você pensa sobre mim...

Miradouro da Barrosa - Lagoa do Fogo
"...não vai mudar quem eu sou, MAS pode mudar o meu conceito sobre você.”

domingo, 25 de agosto de 2013

A maturidade ensina a perder o interesse...

"...perder o interesse em quem rejeita nosso amor, perder o interesse em quem nada acrescenta, perder o interesse em quem teve oportunidade e não a soube respeitar... A maturidade ensina o verdadeiro sentido do amor próprio!"

Nicoli Miranda

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu sou feito de sonhos interrompidos...

"...detalhes despercebidos, amores mal resolvidos. Sou feito de choros sem ter razão, pessoas no coração, atos por impulsão. Sinto falta de lugares que não conheci, experiências que não vivi, momentos que já esqueci. Eu sou amor e carinho constante. Distraído até o bastante, não paro por instante. Já tive noites mal dormidas, perdi pessoas muito queridas, cumpri coisas não-prometidas. Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar, pensei em fugir, para não enfrentar. Sorri para não chorar. Eu sinto pelas coisas que não mudei, amizades que não cultivei, aqueles que eu julguei, coisas que eu falei. Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo, amigos que acabei perdendo, mas continuo vivendo e aprendendo.”

Martha Medeiros

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ando com uma vontade...

“...tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."

Caio Fernando Abreu

domingo, 4 de agosto de 2013

Eu me sinto...

...às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem.

Caio Fernando Abreu


domingo, 28 de julho de 2013

Em mim...

...faz Verão, Inverno, Outono, Primavera.
Em mim faz frio, calor...
Em mim reside um pouco de tudo, de tudo um pouco:
felicidade, tristeza, alegria, sorrisos, lágrimas.
Em mim habitam as flores, as cores, os amores.
Em mim visita a certeza, as incertezas, a verdade, a mentira.
Em mim passeiam as lembranças, a saudade, os momentos.
Em mim moram os sentimentos, os enganos e desenganos.
Em mim vivo eu, na procura da descoberta de quem
realmente sou!

Leônia Teixeira

sábado, 13 de julho de 2013

Há quem duvide...

...,mas amo todo mundo! Alguns eu amo ter por perto, outros eu amo evitar, outros eu amo bem longe de mim e tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido.

Tati Bernardi

domingo, 30 de junho de 2013

Antes de julgar a minha vida ou o meu carácter...

...calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.

Clarice Lispector

domingo, 23 de junho de 2013

Não sei...

...se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Cora Coralina

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Eu...

...gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas. 

Tati Bernardi

domingo, 9 de junho de 2013

Minha alma tem o peso da luz. ...

...Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

Clarice Lispector

sábado, 1 de junho de 2013

Amor Saudade

A noite chega,
E junto a ti quero estar,
Sinto a saudade tomar
conta de mim,
Em meu corpo
sinto prazeres
incontidos.
Desejos de
paixão e luxúria.
Sinto a saudade
de momentos que
juntos passamos.
Sinto a falta do calor
de teu corpo,
Entrelaçado no meu.
Sinto o pranto de meu corpo,
Pelo teu ausente.
Das noites de paixão
que passava contigo.
E quando o sol nascia,
Olhava-mos nos olhos um do outro,
E te dizia,
Fica, fica só mais um pouco…
E tu ali ficavas deitado
com teu corpo em fogo,
Voltavas a uni-lo ao meu
e assim nos amava-mos,
em afagos mil,
O dia todo até que noite volta-se
e mais loucos que nunca
voltávamos a sentir a febre
de nossos corpos
sedentos de amor.

Álvaro Gonçalves


(Por motivos emocionais volto a publicar aqui este meu poema, espero que gostem, beijinhos e xi - corações a todos que por aqui passam deixando um pouco de si, levando um pouco de mim.)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Eu não sou...

...como muita gente: entusiasmado até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinteressado delas. Eu sou ao contrário: o tempo passa e a afeição vai crescendo, morrendo apenas quando a ingratidão e a maldade a fizerem morrer.

Florbela Espanca

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Hoje...

...eu estou desolado e não tenho razões para mentir, e vivo da minha desolação o meu processo de continuidade, porque se eu nego o sofrimento que me ataca, ele nunca vira arte dentro de mim.

Padre Fábio de Melo

terça-feira, 14 de maio de 2013

Não voltaria...

...no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.

Martha Medeiros

domingo, 5 de maio de 2013

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade

domingo, 28 de abril de 2013

Há dias...

...que sinto meu corpo e minha alma cansado.
Logo então... sinto uma leve suave brisa tocar-me o rosto.
Penso ser Deus, me alimentando a alma e me trazendo calma...

Camila Senna

domingo, 21 de abril de 2013

Gosto de gente de verdade...

...Se você não consegue ser, por favor, não perca o seu tempo comigo. Sempre fui de me dar assim, refazendo verbos, iniciando frases, completando palavras. E quando alguma coisa falta, tudo bem, existe abraço que fala, olhar que entende, sorriso que é cúmplice. A gente precisa perder a mania de complicar as coisas. Sei que escrever é bonito e viver às vezes dá um trabalhão.... Me complico também, não pense que não. Mas sou todo de verdade, entende? Por mais que saia da boca alguma coisa com um quê de inverdade, os olhos nunca traem o que faz meu coração bater ou ficar mudo. E ele perde a voz muitas vezes. Ou fica rouco. Louco. Coração, você sabe, é um pouco temperamental e difícil de conviver, ainda mais o meu.

Clarissa Corrêa

sábado, 13 de abril de 2013

Aqui Estou...

Quando em certos dias te sentes
sozinho e necessitas de uma mão amiga...
Aqui estou, toma a minha.
Quando uma lágrima escorre
e não encontras um lenço
para enchugá-la...
Aqui estou, toma o meu.
Quando te sentes um NADA
e não sabes como sorrir...
Aqui estou, toma o meu riso.
Quando a distância de
todos te faz sentir um vazio...
Aqui estou, perto de ti.
Quando te encontras sem força
para enfrentar cada um de teus dias...
Aqui estou, sou valentia.
E quando não queres falar
porque as palavras fugiram de ti...
Aqui estou, sou silêncio.
Quando somente necessitas que
alguém se sente ao teu lado...
Aqui estou, sou companhia
Quando o frio te invade e
necessitas calor em teus ombros...
Aqui estou, toma meu abraço.
Quando queres chorar sem dizer
nada porque a dor te impede...
Aqui estou, sou teu porto seguro.
Quando queres espalhar
alegria porque és feliz...
Aqui estou, faça-me feliz.
Quando queres espalhar
alegria porque és feliz...
Aqui estou, faça-me feliz.
Toma o que necessitas de mim...
Aqui estou,
sou teu amigo.


Autor Desconhecido



Hoje deixo estas palavras lindíssimas, que as dedico aos meus AMIGOS, a todos aqueles que me têm acompanhado nesta minha jornada, em especial nestes últimos tempos em que estou passando por momentos muito difíceis, no entanto, as palavras que aqui deixo, são para lhes dizer que também eu estou aqui para todos vós.
O meu profundo obrigado a todos vós meus AMIGOS, por todo o amor, carinho, amizade, compreensão, tolerância e ternura que me têm dado.
Beijinhos e xi – corações para todos vós que por aqui passam deixando um pouco de vós, levando um pouco de mim.

Álvaro Gonçalves


domingo, 7 de abril de 2013

Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

Cora Coralina

sábado, 30 de março de 2013

Feliz Páscoa - O Menino Jesus

Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas pelas estradas
Que vão em ranchos pela estradas
com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas.
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou —
"Se é que ele as criou, do que duvido" —
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansados de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
e eu levo-o ao colo para casa.
.............................................................................
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Alberto Caeiro. In O Guardador de Rebanhos
VIII - Num Meio-Dia de Fim de Primavera

quinta-feira, 28 de março de 2013

Que...

...minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse pleno de tudo.


Clarice Lispector
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...