quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Amor...


Corpo de linho,
Meu amor,
Teu amor,
Juntos esculpíamos um só.
De dois, um ficava.

Olhos de doçura,
Feitos de mel,
Ceara colhida,
vida que te dei...

Coração de amor,
tecido ao Sol de Inverno,
ambos unidos,
contra dor do frio,
que em mim guardou segredo,

Segredo do teu coração,
só eu o sei,
 coração de Sol,
me aquece,

Em tempos idos,
me deste teu coração,
hoje sofro de um frio,
dei meu coração,
para quê,
se tu, partiste.

Meu corpo de linho,
coração frio,
falta de teu amor,
de que serve me entregar...

Sabe Deus o que vivo,
Desejo interminável,
Sonho vivido e amado,
tudo que dei,
onde estás amor...


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Tantas, mas tantas saudades de ti ...

Tantas, mas tantas saudades de ti minha mãe.
Sei que estás agora sem dor e sofrimento, mas eu egoísta como sou, só queria sentir-te e ver-te mais uma vez, e se Deus permitisse eu iria contigo para onde estás, Não sinto que faça falta aqui, sou apenas um vazio para todos ou quase todos.
 
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos
 
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Fez ontem 8 meses meu anjo que partiste para junto de Deus...

Fez ontem 8 meses meu anjo que partiste para junto de Deus e eu ainda oiço tua voz me falando ou me chamando. Quantas vezes penso que teria sido melhor partir contigo. Fazes-me tanta falta, eu sei que ambos refila vamos, que eu tinha e tenho um feitio lixado, tal como tu dizias, mas também me dizias tanta vez, nunca me deixes.... e outras tantas me dizias, és mais meu pai que meu filho, cuidas e fazes tudo por mim eu te amo Álvaro João e eu dizia, sou teu filho e te amo muito, mesmo muito.
Sabes que continuo fazendo as coisas como me dizias outras vezes tenho medo... tu sabes não sabes?!
AMO-TE e espero poder te ver logo.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos
 
 

domingo, 16 de setembro de 2018

Confesso...

Confesso que ando muito cansado, cansado de sorrir quando a vontade é chorar, cansado de fazer de conta que estou bem quando não estou, cansado de viver nesta corda bamba sem saber o que fazer.
Confesso que estou demasiado cansado de tudo cair e eu não poder fazer nada, cansado de cair, e levantar magoado, ainda mais do que já estava. Confesso...

Alvaro Gonçalves Correia de Lemos

Saudades...

Saudades eternas do meu anjo.
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 26 de agosto de 2018

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

O Tango...


"O tango é um pensamento triste que se pode dançar" ~ Discépolo
O tango, é que todos vêem actualmente com uma mulher e um homem, no principio era somente dançado por homens nos prostíbulos, era uma simulação de luta entre dois homens que dançavam de faca em punho.
O Tango tem as suas origens em Andaluzia (Espanha) e da Habanera, rumba cadenciada que se dançava em Havana, Cuba também recebeu influências de ritmos africanos, Candonbe em alguns dialetos africanos tango significa lugar fechado onde as pessoas se encontram.
E era considerada uma dança entre marginais.
Depois mais tarde vieram as mudanças que transformaram uma dança de marginais, numa dança entre uma mulher e um homem, embora ainda hoje esta dança encontra encontre dançarinos do sexo masculino dançando entre eles, pois das origens "ninguém escapa", o que o torna numa das danças mais fascinantes.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 12 de agosto de 2018

Saudades loucas destes meus dois amores.
Deus guarda-os e protege-os de todos os males e guia seus espíritos.
Deixa que eu os sinta sempre presentes em minha vida.
Obrigado meu PAI.
Amém.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

sábado, 4 de agosto de 2018

Sou talvez a visão...

"Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver e que nunca na vida me encontrou"

Florbela Espanca



quinta-feira, 26 de julho de 2018

Mãe, faz hoje 6 meses...

Mãe, faz hoje 6 meses, aliás fez na madrugada de hoje que Deus te chamou e que estavas em grande sofrimento, mas sempre mantinhas umas risadas por vezes gargalhadas guardadas que mostravam sempre a tua força e vontade de viver, sei MÃE o quanto me amaste e amas desde o dia em que fui concebido e sei que fui muito desejado sempre.
Peço-te perdão por todos os meus erros e te sou e serei eternamente grato por seres o meu Anjo e minha MÃE.
Que Deus te abençoe hoje e sempre.

 
Alvaro Gonçalves Correia de Lemos

 

 

terça-feira, 10 de julho de 2018

A DOR QUE NINGUÉM VÊ...

A dor invisível é a pior que existe. Muitas vezes só quem sente consegue enxergar. Para quem está do lado de fora, a sensibilidade serve como uma espécie de óculos.
É muito fácil falar de empatia, difícil é praticar e saber se colocar no lugar do outro. A mania de julgar é o principal comportamento que interfere nesse processo.
Frescura... Vitimismo... Auto piedade... Resignação... Fraqueza... Covardia... Preguiça... Drama...
É isso que muita gente pensa sobre a depressão ou sobre qualquer outra doença psicológica. No fim das contas são doenças invisíveis, tal como a dor.
Por isso, infelizmente, sofrer calado tem sido a opção mais viável para quem está atormentado por esse mal. Segundo alguns, o mal do século.
O que funciona para você ou para algum conhecido pode não funcionar em todas as circunstâncias e para todas as pessoas do mundo.
Viaje... Namore... Saia de casa... Faça amizades... Ore... Converse... Beba... Coma...
Parem de achar que existem fórmulas prontas, porque não há.
Não critique o que não conhece, o que não sente ou o que não consegue entender.
Pessoas são diferentes. Pessoas sofrem de maneiras diferentes.
O milagre não existe. O assunto precisa ser levado a sério. Enquanto isso, o suicídio pode continuar sendo a saída para milhares de vidas que não souberam resistir ou suportar a dor que ninguém via, inclusive, talvez você também...
 
Lorena Sant'Ana

quinta-feira, 5 de julho de 2018

"Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem."
 
 
 Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 11 de junho de 2018

AMO-TE e AMAR-TE-EI sempre...

AMO-TE e AMAR-TE-EI sempre, logo logo estaremos juntos.
Não suporto mais este mundo sem ti, perdoa-me.

(Álvaro João)
 

Álvaro Gonçalves Correia de Lemos
 

Parabéns Mãe!!!

Hoje é o teu dia meu anjo, amo-te hoje e sempre.
Parabéns mãe.
Beijinhooooooooooooooooooooooooooooooos.
(Álvaro João)
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Hoje já fizeram 4 meses e algumas semanas que sigo de luto, pela minha querida mãe, no próximo dia 11 de junho completava 85 anos...

Hoje já fizeram 4 meses e algumas semanas que sigo de luto, pela minha querida mãe, no próximo dia 11 de junho completava 85 anos, mas Deus não quiz que ela os fizesse aqui e levou-a para junto dele, esse dia, e enquanto eu for vivo irei comemora-lo, só peço a Deus que não leve muito tempo para que eu possa comemorar junto com ela novamente, seria um presente ir já neste próximo dia 11 de junho, e aí sim, junto estaríamos para sempre juntos e felizes, mas só Deus sabe. E quando falo assim, não pensem que falo por falar, nem para ter pena, até porque pena é ave que tem, e eu posso ser raro e estar em extinção, mas não sou ave, não tenho penas e o que digo, é a mais pura realidade, acreditem, não me arrependo de nada, só do que fiz de bom a mais às pessoas erradas, mas seja pelos meus muitos e muitos pecados.
Quero acreditar que tanto, meu pai como agora minha mãe, minhas tias e meu tio, os grandes amigos dos tempos da rádio, teatro, de Moçambique e não só, estão agora todos juntos, festejando tal como eles adoravam, com umas boas cervejas, a exemplo uma boa Laurentina, e uns bons caranguejos ou camarões de Moçambique.
Deixo aqui alguns dos momentos desta grande mulher Maria Augusta da Conceição Gonçalves, que foi, é e será sempre a minha mãe e meu eterno anjo que Deus me concedeu, começando com uma fotografia dela com sua irmã Silvina Sousa, seguida de uma fotografia à porta do Antigo Rádio Clube Moçambique acompanhada de meu pai, Álvaro de Lemos e de seu irmão mais novo Rúben, por quem nutria um amor enorme (e vice versa), seguida de uma fotografias da capa da de Revista Crónica Feminina, uma outra com um grupo de amigos da rádio e teatro radiofónico e de foto-novelas, entre eles Manuela Marques (naquele tempo não havia as telenovelas, mas havia as foto-novelas) e ainda outra ainda em Moçambique com meu pai numa esplanada, numa das muitas viagens que faziam por África, outra já em Lisboa em casa das suas irmãs mais velhas, que a ajudaram a criar como a uma filha, e a quem ela amava incondicionalmente e por elas sempre era chamada de "a minha irmã mais moça" (foi sempre a irmã moça para as suas irmãs), já em São Miguel, seguida de uma num passeio com o filho, outra logo a seguir tirada após o falecimento de meu pai, junto com a sua amiga Fátima Lemos (viúva de meu pai, ambas aprenderam a se gostar muito, graças a Deus) nesta foto, nós três num passeio, seguida de outro foto dos muitos passeios com o filho.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 6 de maio de 2018

Mãe, Eu Estou tão Cansado (Dia da Mãe)

Mãe, eu estou tão cansado e sinto nos ossos
o chamamento da água, o chamamento sibilino
que se confunde com o ranger das portas das casas
onde jamais voltarei: venha veloz o sono capaz
de me resgatar e que dentro dele se perfilem
as sombras e os gestos, exército dos meus medos
mais secretos, temores enrodilhados na roupa húmida
das camas. Mãe, a luz não se demora no meu quarto,
morre nas corolas das flores que trouxeste
para o riso não murchar, e eu fico doente só de olhar
os muros onde a hera é espiral de espanto, raiz
de uma enfermidade latente. Não voltarei
às actas do desespero, que são sombrias e magras
como os corpos dos amantes que definham sobre a areia
na fúria da maré, com uma gramática de murmúrios
escondida na solidão branca das dunas, mãe.
José Jorge Letria, in "Actas da Desordem do Dia"
 
 
Mãe meu eterno anjo criado e abençoado por Deus quando nasci o Dia da Mãe era a 8 de dezembro, mas na mesma hoje também é teu dia, e tal como me ensinaste, mãe é todos os dias, e sim, mais certo que isso impossível, dia da mãe é todos os dias, mas a 8 de dezembro foi o dia em que tu me batizaste dia que comemoro sempre não pelo batismo mas por ser teu dia, dia de Nossa Senhora da Conceição, e teu nome é Maria Augusta da Conceição Gonçalves, nome que todas as mulheres da tua linda e maravilhosa família têm, mas o que é um nome?, um nome sem o ser que o tem, e tu, és Augusta - senhora, Maria - como a Virgem Maria e Conceição por Nossa Senhora da Conceição, mas acima de tudo tu és e serás sempre aquela que Deus em Toda a Sua Sabedoria fez de ti minha mãe, meu anjo, amo-te e amar-te-ei hoje e sempre.
 
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos aka Álvaro Gonçalves
 

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Quando Eu For Pequeno (mãe, está fazendo 3 meses que Deus te levou para junto Dele)

 
Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.
Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.
Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar.
Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou
pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.
 
José Jorge Letria, in "O Livro Branco da Melancolia"

(Mãe, está fazendo nestes instantes desta madrugada que junto a ti, te senti  e te vi parti em meus braços, sei que foi Deus que te chamou para junto Dele, mas a cada dia, a cada minuto, a cada momento, a cada virar de esquina, a cada vez que acordo depois de já ter conseguido dormir 2 a 3 horas em constantes pesadelos, é a ti que procuro, que Deus me perdoe, pois ELE está acima de tudo e de todos, mas também sei que ELE sabe e me compreende. AMO-TE e AMAR-TE-EI para sempre, e sei que muito brevemente estaremos todos juntos.
Louvado sejas TU meu Deus, meu PAI eterno.)

Álvaro Gonçalves Correia de Lemos Aka Álvaro Gonçalves

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Quando te afastas do mundo, de ti mesmo, todos te sabem julgar...

Quando te afastas do mundo, de ti mesmo, todos te sabem julgar, e todos têm palpites e dizeres na tua vida, mas é nestes momentos em que mais precisas de alguém que saiba estar a teu lado, amparar-te, mesmo que nada digam, um abraço vale mais que mil palavras. Mas neste mundo que eu vivo é mais fácil julgar e dar palpites do que podes e deves fazer mesmo que tu saibas que já não te restam forças.
Para os outros é sempre mais fácil julgar, não sabem nunca se colocar no lugar de quem julgam ou dão opiniões que te magoam o mais profundo do teu ser.


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos Aka Álvaro Gonçalves
 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Os anos passaram, mas aquele que conheceram, ainda vive cá dentro...

(Desliguem o player no final do blogue para escutar e prestar melhor atenção a este vídeo, que também podem encontrar no meu Youtube)
Os anos passaram, mas aquele que conheceram, ainda vive cá dentro e vai voltar de uma forma ou de outra.
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos Aka Álvaro Gonçalves

terça-feira, 17 de abril de 2018

...50 anos...

(se quiser escutar a canção que diz muito do que sinto, desligue o player no fim do blogue)
 
Nasci num dia de sol, em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique, vivi meus primeiros 3 anos de vida dentro de uma felicidade enorme, um pai e uma mãe maravilhosos, eram o meu mundo, rodeado sempre de muito amor, carinho, desejo, ternura, saúde, felicidade, alegria, cedo e tal como era o meu amor pelo mar, meus pais me colocaram numa escola de natação e aos 3 anos já nadava como um "peixinho", como diziam não só meus pais, mas a professora de natação, que também afirmava que eu gostava mais de nadar de baixo d'água que ao de cima, que embora as técnicas de nadar de baixo d'água fossem de uma forma eu havia criado a minha própria forma de me manter debaixo d'água nadando sem mover os braços e pouco muito pouco as pernas, usando o corpo como um todo e me movimentando usando como um "peixinho" e assim foi e assim ficou sempre até aos dias de hoje, enfim, estórias que me contaram já depois de um pouco mais crescido, mas que a ver por aquilo que faço hoje, são verdade.
Cresci rodeado pelo mundo da música, da rádio, do teatro, do espectaculo, ou meus pais não trabalhassem os dois nesse meio, e tudo sempre começava em casa, num estudio construido de proprosito para juntar artistas, fazer gravações, preparações de textos e de som que só depois de aprovados por minha mãe, pois meu pai sempre dizia que a sua melhor critica em tudo era a sua mulher, a minha amada mãe. E assim era sempre.
Depois começaram os pequenos e primeiros problemas de saúde, aos 4 anos anos, na sala de aula ao percorrrer o caminho entre a minha mesa e a secretária da professora, escorreguei e segundo dizem bati fortemente com a cabeça numa quina de outra mesa e perdi os sentidos e assim fiquei por algum tempo até recuperar os sentidos, mas não me lembrava de nada, do que se havia passado, segundo os médicos seria devido à forte pancada na cabeça que eu havia perdido alguns minutos de memória que poderiam voltar ou não, mas nem tudo ficou por aí, tempos mais tarde fui acometido de fortes dores de cabeça que não passavam, fui levado várias vezes para o hospital, foram feitos vários exames, uns diziam uma coisa, outros outra, e claro, meus pais, não se ficaram por aí e decidiram viajar para África do Sul para novos exames, e foi aí que me dignosticaram disritmia cerebral e lapsos de memória possivelmente desenvolvidos e com pancada que havia dado na escola. fui medicado e seguido sempre por médicos mesmo quando regressei a Moçambique, e a vida foi continuando até aos 6 anos e alguns meses, quando a guerra estourou e tivemos de fugir, eu de nada me apercebi, tal fosse o amor e carinho de meus pais, que me disseram virmos passar férias a Lisboa com o resto da família que vivia toda, ou quase toda ali.
E assim foi, mas chegados a Lisboa e já meios instalados comecei a achar as coisas estranhas, faizia muitas perguntas, que sempre tentatavam amenizar com respostas para que eu não sofresse um choque forte, mas tal como minha mãe sempre dizia, "este quando mete uma coisa na cabeça, não há nada que a tire até sentir que sabe tudo bem" e assim foi, chegados ao mês de setembro, e em vez de passarmos os meus anos junto da família, meus pais resolveram aceitar a oferta de que um casal amigo lhes havia feito, e assim foi, fomos os 3 passar o mês de setembro para perto de Faro, e pronto..., foi aí, eu disse, logo, o que é que vocês me estão a esconder, que se passa?, porque não passo meus anos com as tias e primo?
Claro..., a verdade teve de vir toda ao de cima, e fui acometido de um forte ataque epilético, e me levaram de urgência para o hospital e depois para um outro em Lisboa, onde me fizeram um monte de exames, e desde aí... a vida pareceu cair mais e mais a cada ano que passava
Chegou o ano de 1975, e um dos meus maiores sonhos da vida se concretizava, nascia a irmã, que eu tanto, mas tanto havia pedido a Jesus e à minha mãe, lembro-me tão bem destas palavras de minha mãe "...mas Álvarinho e se for um menino?, ..." ao que eu prontamente respondia, "vou ama-lo muito mesmo, mas sei que vai ser menina", e assim foi nasceu uma menina, quando fui visitar no mesmo dia que ela havia nascido à noite, no quarto onde minha mãe estava havia um crucifixo com Jesus, e eu mal entrei olhei, vi o crucifixo e agradeci a Jesus, e só depois corri para a minha mãe e minha irmã...
De tudo fiz para a protejer, fosse do que fosse, os anos foram passando e ela era para mim, a minha joia preciosa junto com minha mãe, meu pai entretanto em 1979 separava-se de minha mãe, e foi um dos mais duros golpes da minha vida, minha saúde agravou bastante, mas nem por isso deixei de tudo fazer para proteger e ajudar no que pudesse a minha mãe e minha irmã...
Anos se passaram, e muita coisa aconteceu em minha vida privada e intima, não só a saúde piorava, mas outras coisas me aconteceram, coisas essas que escondi de tudo e de todos.
Aos 18 anos consegui, com a ajuda de minha mãe e de outras pessoas partir de novo para Lisboa, onde trabalhei e onde lutei muito para conseguir ser feliz, sem nunca deixar de continuar a visitar minha mãe e minha irmã, trazer prendas de todo o tipo, ou enviando de Lisboa para Ponta Delgada, mas os anos passaram e a alegria teve curta duração, tive de regressar, desempregado, tentanto não perder a esperança, e mantendo a cabeça erguida, mas nada nesta vida é assim tão facil, em especial para quem havia regressado a um lugar onde lhe haviam roubado toda a a sua inocência, e apesar de lutar para ninguém nunca saber, por dentro meu mundo se desmoronava...
Em 1996 minha irmã casava e anos mais tarde eu me tornava um tio babado, parecia que tudo estava bem, mas não, cá dentro, bem escondido, até de mim, um "vulcão de emoções" esperava por rebentar...
2003, 2004, 2005, 2006...,2013 morria meu pai, meu mundo se desmoronou, logo minha duas tias maternas, também partiam e pouco depois os médicos diagnostificavam a doença de Alzheimer em minha mãe.
Em 2017 meu tio materno partia também.
Meus problemas de saúde pioravam a cada mês, a cada ano, a cada momento e eu os ocultava, afinal, minha mãe vinha primeiro, ela era e é o anjo que Deus me deu para ser a minha mãe e eu só a tinha a ela, mais ninguém, nossa quantas vezes como cuidador de uma pessoa com esta doença eu quase enlouquecia...
A cada ano que passava meu estado de saúde piorava mais e mais, mas que podia eu fazer?, ajuda?, não tinha, amigos?, onde (tinha uma, que se tornou na irmã que eu tanto desejei).
Minha mãe, precisava cada vez mais e mais de mim...
Os últimos anos, da minha saúde, já quase nada restava, mas a força de cuidar do meu anjo me fazia querer viver, eram corridas para o hospital, eram noites sem dormir, era muito amor que nos unia há 50 anos...
Mas, mal sabia eu..., na noite de 25 para 26 de janeiro de 2018 perdia tudo...
Deus levou minha mãe para junto DELE.
Estou só... tenho sim, Deus, mas a tristeza, a agonia, a solidão, a falta de saúde... como refazer-me...?

Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 15 de abril de 2018

Saudades minha MÃE meu ANJO!!!

Porquê meu Deus?
Porque me levas-te o anjo que me deste?
Esta dor não passa, não sei viver sem ela, minha âncora, meu porto seguro, meu tudo, meu tudo que me deste.
AMO-TE Mãe!!!
Louvado sejas TU meu DEUS!!!


Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

domingo, 8 de abril de 2018

segunda-feira, 26 de março de 2018

...2 meses...

Faz hoje 2 meses, mas para mim está tudo a acontecer de novo, a corrida para hospital, tu chamando-me e me dando a mão...tudo, cada minuto.
Porque Deus te chamou?
Porque perdi o único ser maravilhoso que sempre me amou e eu a ti?
Mãe vives em mim, peço a Deus que te guie e te guarde.
Amo-te e amar-te-ei sempre.
 
 
Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Mãe, está fazendo precisamente agora um mês, um mês que Deus te chamou


Mãe, está fazendo precisamente agora um mês, um mês que Deus te chamou, estive contigo sempre, e tu sabes, acariciava-te, beijava-te, segurei tua mão, tentei sempre manter-te quentinha, aconcheguei-te sempre, pois parecia que não estavas nunca bem aconchegada, segurei tua cabecinha, tentei friccionar teu corpinho, pois sempre tens frio e a roupa era pouca, e a noite fria, falei-te sempre, disse-te tanta coisa meu anjo, mas principalmente o amor que sinto por ti, tu lembras, não lembras?
Dá-me um sinal, diz-me algo, preciso ouvir-te, pelo menos uma vez mais, mãe, eu amo-te, não sei o que faço, o que vou fazer, como estou, como ficar ou ir, mãe, diz-me qualquer coisa, dá-me um sinal que estás aqui, preciso tanto, mas tanto. As tuas coisas todas estão exatamente como as deixas-te, nada, mesmo nada foi mudado, a tua mala com o teu batom, aliás com teus batons, mas aquele que sempre gostaste a vida toda, o vermelho, está no mesmo sitio, na mala junto com o teu espelho, o outro na tua gavetinha no teu quarto, ahhhh achei a tua outra mala, lembras, andamos feito loucos à procura da outra mala, eu a achei, tem tudo lá, tudo que deixaste, tudo da mesma forma, mãe, minha querida, minha menina, sabes duma coisa? AMO-TE muitooooooooooooooo mesmo.
Diz-me qualquer coisa, peço-te, não suporto este vazio, este silêncio, esta dor, nunca falamos em nada, pois éramos "eternos", mas pensávamos, eu sei que sim, e nesses meus pensamentos eu iria contigo até ao fim do mundo, do universo, na mesma hora, nunca na vida pensei ficar para trás, sem ti, sem a tua presença física, teu calor, teus berros comigo, nossas desavenças, não mãe, nunca pensei que eu ficasse para trás, nesta solidão, neste mundo onde já não sirvo para nada, perdi tudo faz hoje um mês mãe, quando Deus te chamou, e agora meu anjo?, que faço eu aqui?, não tenho ninguém mais para cuidar, para amar e me amar como só tu sabias.
Sei, tenho alguns, muito poucos, mas muito bons amigos, e tu sabes que sim, que me amam e eu os amo muito, e sou-lhes eternamente grato pelo amor, carinho, amizade e tanta outra coisa que fizeram por nós, e agora por mim, mas mãe, de que serve eu estar aqui, sem o grande amor da minha vida, tu, meu anjo, minha mãe.
Perdoa-me, não te quero presa a este mundo cruel, quero que sigas o teu caminho, quero que estejas com teus pais, tuas irmãs, teu irmão e teu amigo, meu pai.
Se puderes, peço-te meu eterno anjo, fala comigo, dá-me um sinal, pelo menos que estás bem.
E seja como for, as tuas coisas vão ficar do mesmo jeito, aliás a casa toda vai continuar do teu jeito, caso cá venhas,.
E perdoa teu filho, perdoa-me mãe, mas dói muito.
Amo-te e amar-te-ei sempre.
 

Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Minha Mãe que não Tenho

Minha mãe que não tenho meu lençol
de linho de carinho de distância
água memória viva do retrato
que às vezes mata a sede da infância.
Ai água que não bebo em vez do fel
que a pouco e pouco me atormenta a língua.
Ai fonte que eu não oiço ai mãe ai mel
da flor do corpo que me traz à míngua.
De que Egipto vieste? De que Ganges?
De qual pai tão distante me pariste
minha mãe minha dívida de sangue
minha razão de ser violento e triste.
Minha mãe que não tenho minha força
sumo da fúria que fechei por dentro
serás sibila virgem buda corça
ou apenas um mundo em que não entro?
Minha mãe que não tenho inventa-me primeiro:
constrói a casa a lenha e o jardim
e deixa que o teu fumo que o teu cheiro
te façam conceber dentro de mim.
Ary dos Santos, in 'Antologia Poética'
 
Fez hoje à poucos minutos que Deus te chamou mãe, meu eterno anjo, amei-te e amo-te tanto, mas tanto, tanto, como só Deus e tu sabiam e sabem, não sei viver sem ti, a tua presença física junto a mim, faz-me falta, sei que estás comigo sempre em espirito, mas a saudade de te dar um montão de beijinhos e abraços como tu tanto gostavas, mantem meu coração quebrado.
AMEI-TE, AMO-TE e AMAR-TE-EI PARA SEMPRE MÃE!!!
OBRIGADO DEUS POR ME TERES DADO O MAIS BELO ANJO PARA SER MINHA MÃE!!!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Daqui a alguns minutos, após a meia noite faz já 3 semanas que Deus chamou o meu anjo.

Mãe
Conheço a tua força, mãe, e a tua fragilidade. 
Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital. 
Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta 
Estou contigo na tua simplicidade e nos teus gestos generosos. 
Vejo-te menina e noiva, vejo-te mãe mulher de trabalho 
Sempre frágil e forte. Quantos problemas enfrentaste, 
Quantas aflições! Sempre uma força te erguia vertical, 
sempre o alento da tua fé, o prodigioso alento 
a que se chama Deus.
Que existe porque tu o amas, 
tu o desejas. Deus alimenta-te e inunda a tua fragilidade. 
E assim estás no meio do amor como o centro da rosa. 
Essa ânsia de amor de toda a tua vida é uma onda incandescente. 
Com o teu amor humano e divino 
quero fundir o diamante do fogo universal. 
 

António Ramos Rosa, in 'Antologia Poética'

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Para Sempre

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Acabou de fazer à minutos uma semana que Deus chamou o meu Anjo...

(Algumas das suas últimas fotografias tiradas por mim durante alguns dos muitos passeios que sempre dávamos)
 
Acabou de fazer à minutos uma semana que Deus chamou o meu Anjo para junto Dele. Mãe, as saudades aumentam a cada momento que passo sem ti, tudo está tal e qual como deixas-te. Dói muito, mas peço a Deus que te tenha junto a Ele, com teus pais, teus irmãos e avós que tanto amavas. Senhor meu PAI, guarda e guia este anjo que me deste, e não a deixes ficar agarrada a este mundo terreno por nada, nem pelos filhos, netos e sobrinhos.
Obrigado meu DEUS.

Álvaro Gonçalves Correia de Lemos

sábado, 13 de janeiro de 2018

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
 


Álvaro de Campos, in "Poemas" 
 
(Publico este poema de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, não só porque gosto de Pessoa, mas porque este poema me retrata em muito, ou mesmo na perfeição)


 
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